terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Fazenda - Brinquedinho Torto da Record...


2009 foi o ano em que vimos a Record fazer alarde em torno de seu primeiro reality show. Baseado em um reality gringo já existente, tudo não passou de uma vontadezinha da emissora ter seu próprio BBB - mas pra ter seu próprio BBB não precisava ter uma estrutura decente por trás?
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Começa o embate = A Fazenda x Big Brother Brasil
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Primeiro que nenhum dos dois é uma obra-prima da televisão brasileira. Ambos são enlatados descongelados por aqui, moldados aos padrões brasucas - ou seja, longe de moralismos e tals, pra ser do Brasil precisa apelar muito pra falta de conteúdo e se esforçar muito pra passar longe da decência. Afinal, quem ia querer um reality show de gente legal e boazinha, pessoas comportadas e tals?
No quesito condução do programa a Record conseguiu virar a chacota do ano ao escalar um apresentador tão mal-preparado quanto sem qualquer perfil para levar um projeto destes adiante. Britto Jr até funcionava no Hoje em Dia, aí resolveram que ele tinha tudo pra ser um novo Pedro Bial - tá mais para Marisa Orth. A falta de preparo ficou muito clara quando Britto teve coragem de bater boca com Dado Dolabella em A Fazenda 1. E outra - ele não tem jogo de cintura, parece um cara-da-turma nerd querendo ser popular. Mais parece que ele imita o Cabritto Jr (a melhor paródia de Tom Cavalcante já vista), e não o contrário, uma pena.
No caso do BBB, Pedro Bial está longe de ser um gênio, mas tem a noção do que fazer a frente do que está conduzindo. Sabe deixar os brothers em seu lugar, tem postura e sabe fazer suspense, ao contrário de Britto, que parece uma marionete viciada em poemas. Bial sempre foi um show à parte no programa, o que lhe rende méritos; já Britto irrita e incomoda, o que desgasta ainda mais a fórmula do programa.
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Agora é incrível o conceito de 'celebridade' imposto pela Record para a escolha dos participantes. Alguns ali são meros alpinistas da mídia, de formação e gosto duvidosos. Que dirá pessoas como Théo Becker, a versão de calças da Tina do BBB; ou uma tentativa de refazer o Dr Marcelo do BBB8. Enfim, servia apenas como chacota, um pobre coitado pirado e perturbado, e que se achava o Rei do Pedaço. E houve quem gostasse, fazer o que. O vencedor da primeira edição foi a maior palhaçada já vista em um reality show - Dado Dolabella foi imposto pela direção e script do programa, impossível ele ter mais chances de ganhar do que Pedro ou Carlinhos. No fim tivemos que engolir o resultado final, e o arrependimento, que ainda não mata, de termos perdido tanto tempo pra ver a Record escolhendo o resultado que bem quis. Lembram do 'Só Pra Contrariar' - pois é, essa foi a postura da emissora.
Agora na segunda edição foram eliminados participantes também no simples intuito de causar polêmica ou mostrar que eles não são tão óbvios, né. Bombom foi um exemplo, Manieri outro. Aí cansaram de querer moldar Dado no Caco, e ele foi eliminado, enfim - tudo pra ludibriar o público, aposto. E, no fim, será que vai dar Karina Bacchi ou Mc Leozinho? Ou todo o teatro de Igor Cotrim vai surtir efeito?
Em BBBs a manipulação também foi sempre um fator polêmico. No BBB6, Mara venceu de forma duvidosa, sendo que Mariana Felício foi, de longe, a mais popular ali, a que nem enfrentou paredões e liderava enquetes. Aí, como Mara era a pobre coitada, e ainda entrou por sorteio, foi o jeito eficaz da Globo mostrar que caridade e sorte andam juntas e rendem prêmio-mór em BBB. Triste.
Aliás nenhum dos vencedores das edições dos BBBs, até hoje, deu 100% de satisfação ao público, a não ser Diego Alemão no BBB7. No primeiro foi o marombado-sem-cérebro, no segundo o caubói que caiu de pára-quedas no título da edição; Dhomini foi algo detestável, por que nessa edição não fizeram média com a professorinha Elane? No quarto a dupla de toscos Cida e Thiago conseguiram acabar com o brilho de Juliana; no quinto, Jean apelou um pouco, e Grazzi, mesmo em segundo, foi a de melhor futuro na televisão e na mídia; no sexto, a caridade com Mara acabou com o programa também; no sétimo, o óbvio prevaleceu com a vitória cantada de Alemão, que também pegou os piores adversários possíveis. Na oitava edição, Marcelo foi o protagonista, Gyselle era a mais popular, mas mesmo assim Rafinha levou. E na nona edição sem muito brilho, Max levou, mas... e a Ana, que era popular e vencia tudo quanto era paredão?
No fim, é uma tristeza ver o resultado final, mas que tal tentar aproveitar alguns momentos, e não se envolver tanto?
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Um BBB é nada mais que um ser comum buscando fama fácil. E não importa quais meios serão usados para alcançar tal posto. No fim, ou você cai nas graças da mídia ou você vai ter um peso e trauma para o resto da vida, algo que não trouxe benefício nenhum - exposição demais, resultado de menos. Nem todos serão como Juliana Alves ou Grazzi Massafera, ou até mesmo, por incrível que pareça, como Íris Stefanelli (marionete do Tv Fama) ou Kléber BamBam (ogro sensação da Mídia Podre). O que será que aconteceu com aqueles que nunca mais se ouviu falar? O que valeu a pena então?
Uma Fazenda é nada mais que um trabalho extra para pseudo-celebridades. Sair dela não vai afetar - em partes - a carreira de tal participante. Mas começar com um Dado Dolabella campeão e favorito foi triste demais, ainda mais quando ele se mostrava o desiquilibrado que sempre fora - um santinho que provoca João Gordo ou inferniza Luana Piovani. Aí tem a sujinha Danny Carlos que estava tão bem só cantando... Ou malas-sem-alça como Luciele di Camargo ou Mirella Santos. Que vergonha de A Fazenda 1... E na Fazenda 2 até a ex de Théo Becker é uma celebridade, sendo que nem se sabia do que se tratava a moça - mas Andressa até mostrou algum carisma em meio ao caos.
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No fim das contas, qual a conclusão? Nenhum dos dois é decente ou moral, mas conquistam fama e público fácil. Ou seja, formas de entretenimento popular longe de pretensões puritanas ou intelectuais.
Não se iluda com torcidas, apenas torça para diversão. Esqueça o estresse, não leve a ferro e fogo. Afinal, a vida de mico de circo televisivo é menos valorosa que a vida real.
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by Dona Cidoca

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