terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Quando os "anjos" perdem suas auréolas...

Até onde vai a 'inocência' de uma cantora pop? Sempre achei as cantoras no estilo Black muito longe de pudores ou pose de santinhas, assim como Ciara, Beyoncé e companhia.
Aí surge uma cantora pop, que faz sucesso, e em determinado momento precisa apelar ou em uma forma mais eufêmica, "dar um upgrade" na carreira.
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Britney Spears começou cantando músicas de amores adolescentes e diversão até saudável entre amigos. Mas quando alcançou o auge botou as pernocas de fora e mandou ver na mudança, virando um sex symbol, um mulherão, e deixando a romântica suspirosa de Sometimes na lembrança vaga. Logo em Oops Britney mostrou o que queria mudar, vide Stronger. A garotinha não queria mais ser a mimadinha da mídia e queria alçar seus próprios vôos. Quando veio a fase de I'm a Slave 4 You tivemos a certeza que Ms. Spears deixara de vez a inocência de lado, onde a vida começava a depender mais dos holofotes do que o próprio bem-estar pessoal. Quando veio a parceria com Madonna, Britney perdeu o rumo de vez; já se achava a melhor amiga da diva pop, deu beijo polêmico em premiação e ali começou uma transformação nada planejada, mas talvez esperada. Dali em diante ela teve filhos, casamentos instáveis, brigas familiares, ficou careca, surtou, engordou..... até que renasceu no impressionante Blackout (onde ainda existiam vestígios da fase negra, como via-se no vídeo de Gimme More) e depois voltou ao topo e "se curou" com Circus. A garotinha provou o lado montanha-russa da fama, coisa que qualquer ser da mídia está sujeito. E tudo ficou mais apimentado com seu hit mais recente, "3", que fala sobre experimentar um relacionamento a 3, dizendo que pecar é bom e tals.. que papo é esse, Britney?
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Com um tanto a mais de talento e capacidade de cantar ao vivo, Christina Aguilera era a combinação perfeita da mocinha talentosa com o pop grudento, onde nascia a rivalidade com Spears e tals. Chris começou também como a adolescente apaixonada, ainda mais romântica e tals... mas logo mostrou seu lado fatal quando lançou o incrível Stripped, onde a inocência dava lugar à maturidade e ousadia, sem perder o poder vocal. Dirrty mostrava a mulher-cachorra, um tanto devassa, longe da puritana apaixonada de Genie in a Bottle. E aí seguiu até na parceria inusitada com Lil'Kim em Can't Hold Us Down, até na sexy baby doll de The Voice Within... Mas aí Christina não surtou, apenas ousou e experimentou; foi quando nossos ouvidos voltaram a se encantar com Back to Basics, e o talento da bela voltou depois da fase "quero ser fatal"...
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High School Musical é apenas uma enganação quando pensamos que Vanessa Hudgens e Ashley Tisdale são apenas as cantoras-teen da pureza pop. Ledo engano, quando elas posavam de santinhas no começo, mas depois mostraram a que vieram. Vanessa aguentou as fotos nuas na rede e Ashley deu a guinada que precisava ao lançar Guilty Pleasure. Crank it Up é a prova de que a loura deixou a imagem fadesca de lado e até diz que quer chamar as amigas pra bancar a safada, uia! Já Hudgens deu uma sumida, quem sabe não está preparando seu lado selvagem pra nos surpreender também?
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Norah Jones não assumiu a cachorra, mas em The Fall, lançado em Novembro do ano passado ela deixou o pianismo de lado e começou a colocar as cordas de fora. Com um talento que nem se ousa discutir, Norah só precisa cantar para nos encantar. Joss Stone tem uma voz de derreter corações, e ela ousou pouco, mostrando que o que importa mesmo é o poderio de seu talento. Quando tentou mostrar mais as pernas, a voz continuou sendo seu melhor cartão de visitas. E por aí vai, até as divas-mór já fizeram isso - Mariah Carey era a mocinha do vozeirão na época de Hero, depois começou a mostrar os peitos, ops, os decotes, mas sempre com o vozeirão em dia;
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Bom, o importante é ter consciência do que se faz. Uma cantora acaba tendo mais exposição na mídia, quando não é só o talento que é levado em conta; o culto ao corpo, ao ser físico, pode levar as belas a cometerem pecados e correrem riscos, assim como Britney, por exemplo. Afinal, também não há nada mais prazeiroso do que um belo rostinho aliado a um talento musical nato.

A Fazenda - Brinquedinho Torto da Record...


2009 foi o ano em que vimos a Record fazer alarde em torno de seu primeiro reality show. Baseado em um reality gringo já existente, tudo não passou de uma vontadezinha da emissora ter seu próprio BBB - mas pra ter seu próprio BBB não precisava ter uma estrutura decente por trás?
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Começa o embate = A Fazenda x Big Brother Brasil
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Primeiro que nenhum dos dois é uma obra-prima da televisão brasileira. Ambos são enlatados descongelados por aqui, moldados aos padrões brasucas - ou seja, longe de moralismos e tals, pra ser do Brasil precisa apelar muito pra falta de conteúdo e se esforçar muito pra passar longe da decência. Afinal, quem ia querer um reality show de gente legal e boazinha, pessoas comportadas e tals?
No quesito condução do programa a Record conseguiu virar a chacota do ano ao escalar um apresentador tão mal-preparado quanto sem qualquer perfil para levar um projeto destes adiante. Britto Jr até funcionava no Hoje em Dia, aí resolveram que ele tinha tudo pra ser um novo Pedro Bial - tá mais para Marisa Orth. A falta de preparo ficou muito clara quando Britto teve coragem de bater boca com Dado Dolabella em A Fazenda 1. E outra - ele não tem jogo de cintura, parece um cara-da-turma nerd querendo ser popular. Mais parece que ele imita o Cabritto Jr (a melhor paródia de Tom Cavalcante já vista), e não o contrário, uma pena.
No caso do BBB, Pedro Bial está longe de ser um gênio, mas tem a noção do que fazer a frente do que está conduzindo. Sabe deixar os brothers em seu lugar, tem postura e sabe fazer suspense, ao contrário de Britto, que parece uma marionete viciada em poemas. Bial sempre foi um show à parte no programa, o que lhe rende méritos; já Britto irrita e incomoda, o que desgasta ainda mais a fórmula do programa.
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Agora é incrível o conceito de 'celebridade' imposto pela Record para a escolha dos participantes. Alguns ali são meros alpinistas da mídia, de formação e gosto duvidosos. Que dirá pessoas como Théo Becker, a versão de calças da Tina do BBB; ou uma tentativa de refazer o Dr Marcelo do BBB8. Enfim, servia apenas como chacota, um pobre coitado pirado e perturbado, e que se achava o Rei do Pedaço. E houve quem gostasse, fazer o que. O vencedor da primeira edição foi a maior palhaçada já vista em um reality show - Dado Dolabella foi imposto pela direção e script do programa, impossível ele ter mais chances de ganhar do que Pedro ou Carlinhos. No fim tivemos que engolir o resultado final, e o arrependimento, que ainda não mata, de termos perdido tanto tempo pra ver a Record escolhendo o resultado que bem quis. Lembram do 'Só Pra Contrariar' - pois é, essa foi a postura da emissora.
Agora na segunda edição foram eliminados participantes também no simples intuito de causar polêmica ou mostrar que eles não são tão óbvios, né. Bombom foi um exemplo, Manieri outro. Aí cansaram de querer moldar Dado no Caco, e ele foi eliminado, enfim - tudo pra ludibriar o público, aposto. E, no fim, será que vai dar Karina Bacchi ou Mc Leozinho? Ou todo o teatro de Igor Cotrim vai surtir efeito?
Em BBBs a manipulação também foi sempre um fator polêmico. No BBB6, Mara venceu de forma duvidosa, sendo que Mariana Felício foi, de longe, a mais popular ali, a que nem enfrentou paredões e liderava enquetes. Aí, como Mara era a pobre coitada, e ainda entrou por sorteio, foi o jeito eficaz da Globo mostrar que caridade e sorte andam juntas e rendem prêmio-mór em BBB. Triste.
Aliás nenhum dos vencedores das edições dos BBBs, até hoje, deu 100% de satisfação ao público, a não ser Diego Alemão no BBB7. No primeiro foi o marombado-sem-cérebro, no segundo o caubói que caiu de pára-quedas no título da edição; Dhomini foi algo detestável, por que nessa edição não fizeram média com a professorinha Elane? No quarto a dupla de toscos Cida e Thiago conseguiram acabar com o brilho de Juliana; no quinto, Jean apelou um pouco, e Grazzi, mesmo em segundo, foi a de melhor futuro na televisão e na mídia; no sexto, a caridade com Mara acabou com o programa também; no sétimo, o óbvio prevaleceu com a vitória cantada de Alemão, que também pegou os piores adversários possíveis. Na oitava edição, Marcelo foi o protagonista, Gyselle era a mais popular, mas mesmo assim Rafinha levou. E na nona edição sem muito brilho, Max levou, mas... e a Ana, que era popular e vencia tudo quanto era paredão?
No fim, é uma tristeza ver o resultado final, mas que tal tentar aproveitar alguns momentos, e não se envolver tanto?
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Um BBB é nada mais que um ser comum buscando fama fácil. E não importa quais meios serão usados para alcançar tal posto. No fim, ou você cai nas graças da mídia ou você vai ter um peso e trauma para o resto da vida, algo que não trouxe benefício nenhum - exposição demais, resultado de menos. Nem todos serão como Juliana Alves ou Grazzi Massafera, ou até mesmo, por incrível que pareça, como Íris Stefanelli (marionete do Tv Fama) ou Kléber BamBam (ogro sensação da Mídia Podre). O que será que aconteceu com aqueles que nunca mais se ouviu falar? O que valeu a pena então?
Uma Fazenda é nada mais que um trabalho extra para pseudo-celebridades. Sair dela não vai afetar - em partes - a carreira de tal participante. Mas começar com um Dado Dolabella campeão e favorito foi triste demais, ainda mais quando ele se mostrava o desiquilibrado que sempre fora - um santinho que provoca João Gordo ou inferniza Luana Piovani. Aí tem a sujinha Danny Carlos que estava tão bem só cantando... Ou malas-sem-alça como Luciele di Camargo ou Mirella Santos. Que vergonha de A Fazenda 1... E na Fazenda 2 até a ex de Théo Becker é uma celebridade, sendo que nem se sabia do que se tratava a moça - mas Andressa até mostrou algum carisma em meio ao caos.
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No fim das contas, qual a conclusão? Nenhum dos dois é decente ou moral, mas conquistam fama e público fácil. Ou seja, formas de entretenimento popular longe de pretensões puritanas ou intelectuais.
Não se iluda com torcidas, apenas torça para diversão. Esqueça o estresse, não leve a ferro e fogo. Afinal, a vida de mico de circo televisivo é menos valorosa que a vida real.
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by Dona Cidoca